Memória afetiva x comida de vó
Hoje em dia fala-se muito em memória afetiva ligada à figura de uma avó super habilidosa nas artes culinárias. Em contrapartida, são muito valorizados os grandes chefs de cozinha da atualidade…
Quem me conhece sabe o quanto me interesso por culinária, em geral – desde que me entendo por gente! E foi justamente com minha avó materna (a outra avó faleceu poucos dias antes do meu nascimento, infelizmente) – que eu aprendi a fazer diferença entre uma comida bem feita, e outra feita “por obrigação”; a diferença entre um trivial apetitoso e uma comida de festa sem sabor…
A minha avó dizia que “arroz e feijão bem feitos dispensam complementos”. E quais seriam esses complementos? Carnes, massas, legumes e até mesmo as verduras da sua horta. Sabe o porquê? Ela caprichava tanto nos sabores e pontos de cozimento, que era comum nos contentarmos com o seu “arroz com feijão” sem acompanhamentos.
Minha mãe e várias tias, também, sabiam cozinhar muito bem… Mas, isso não é privilégio só da minha família, é claro!
Do ponto de vista psicológico, a expressão “memória afetiva” pode estar relacionada a muitas outras experiências da infância, que não passam, necessariamente, pela cozinha. Tive uma tia que me levava ao cinema todo domingo de manhã e me comprava mini buquês de amor perfeito, uma das minhas flores preferidas, junto com as tulipas… Outra tia gostava de encher o carro com as crianças (os próprios filhos e os sobrinhos dela), para passear em lugares muito interessantes, ou para irmos nadar no Minas Tênis Clube.
Posso afirmar, sem exagero, que tios e tias também me deixaram “memórias afetivas” muito pontuais, de acordo com a personalidade de cada um(a).
Agradeço a Deus pelo “baú” de boas lembranças que Ele me deu de presente!!!