Lazer com pouco dinheiro
A importância da recreação na vida da criança é algo que não se discute. E quanto maior o espaço que ela tiver, para brincar e se expandir, mais chances terá de se desenvolver bem. Mas, numa cidade como a nossa, a grande maioria das crianças não dispõe de um quintal, ou de uma rua sossegada para jogar bola, empinar papagaios, ou simplesmente brincar de “pegador”.
O que fazer, então, no sentido de ajudar uma criança a viver melhor, apesar da “falta de espaço?”
Muitas sugestões poderiam ser dadas aos pais, como por exemplo:
– Sair com a criança para passear a pé, pelas redondezas, quando então muita coisa ela poderia aprender – como atravessar a rua, como chegar à farmácia ou à padaria, como se deve tomar um ônibus etc. Isso sem falar no contato com os vizinhos, o que representa uma experiência válida dentro do processo de socialização.
– Organizar o ambiente físico da criança (a casa), de modo que cada cômodo seja muito bem aproveitado. De tal forma que ela possa ter o máximo de liberdade possível, no espaço disponível.
– Propiciar meios da criança entrar em contato com a natureza (planta, terra, água), nem que seja através do cultivo de um pequeno vaso. Isso não fica dispendioso e não requer muito espaço. A experiência, do ponto de vista psicológico é válida, desde que a criança possa ter liberdade para escolher a planta e cuidar dela à sua maneira, depois de ser devidamente orientada por um adulto.
– Nos fins de semana, sempre que possível, levar a criança para passeios ao ar livre e em lugares mais amplos, onde ela possa “gastar energia” à vontade.
Como se pode ver, estas sugestões nada trazem de novo ou especial. São bem simples e sua execução não está diretamente ligada ao fator econômico. Talvez a dificuldade em se obter um resultado satisfatório, com medidas aparentemente banais, se deva a alguns requisitos de grande valor, na personalidade dos pais. Assim, os pais que desejam realmente ajudar uma criança, deveriam apresentar as seguintes características:
– Gosto pela vida (entusiasmo).
– Aceitação do “modus-vivendi” e vontade de progredir, de melhorar. Para isso, uma boa dose de energia, força de vontade e discernimento seria algo indispensável.
– Interesse pela criança e por seu desenvolvimento.
Diante de tudo isso, a questão do “espaço” fica totalmente secundária. O importante, mesmo, é que os pais conheçam bem o filho, conheçam as próprias possibilidades como pais e saibam trabalhar dentro delas.