A agressividade na infância
Toda criança tende a ser um pouco agressiva, sobretudo quando começa a socializar-se. Nos primeiros anos de vida, por não dominar os recursos da linguagem, a criança expressa a sua agressividade através de gritos, choro ou até com agressões físicas. Com o passar do tempo, os impulsos agressivos não desaparecem. No entanto, a criança aprende com os adultos que existem outras formas de obter o que se deseja, seja através da partilha ou da negociação.
Para facilitar o entendimento, vou falar sobre as causas da agressividade infantil e, em seguida, darei sugestões visando uma postura mais adequada, por parte dos pais.
O que acentua a agressividade infantil?
Causas internas:
- Dificuldade para lidar com as emoções.
- Mágoas ou ressentimentos (em crianças maiores).
- Baixa auto-estima.
- Sentimento de rejeição.
- Ciúme (de um irmão ou até mesmo de um colega, quando a agressividade aparece mais na escola).
- Insegurança, de um modo geral.
- Problemas psíquicos (ou psicológicos) mais sérios.
Causas externas:
- Ambiente familiar e/ou social (brigas entre os pais, violência nos mais diversos níveis).
- Ausência de limites (superproteção).
- Autoritarismo (de pais ou professores).
- Pais ausentes.
- Ambientes marcados pela rivalidade e competição.
- Quando os filhos são estimulados a resolver conflitos recorrendo a comportamentos agressivos.
- Quando um comportamento é punido, num dado momento, e ignorado no momento seguinte (a criança fica confusa, pois não sabe distinguir o certo do errado).
- Experiências de perda.
- Mudanças de comportamento pós-traumáticas.
Como lidar com a agressividade infantil?
Tanto no caso da agressividade verbal (por meio de palavras), quanto no caso da agressividade física, a conduta dos pais é de suma importância para ajudar uma criança na obtenção de equilíbrio nas suas atitudes. Eu gostaria de sugerir a cada pai ou mãe:
- Faça de sua casa um lugar bem tranqüilo.
– Converse e seja paciente (mesmo que a criança ainda não entenda bem o conteúdo, ela entende o tom de voz – comunicando aceitação e transmitindo segurança).
- Com crianças maiores, esqueça o discurso repreensivo. Procure ouvir e entender, sem acusar.
- Você não é obrigado a concordar com os argumentos de seu (sua) filho(a) e pode lhe dizer isso. Mas não precisa criticá-lo(a), apenas ensinar-lhe outras maneiras de descarregar a raiva. Assim, não se trata de reprimir, mas de orientar a expressão de sentimentos.
- Coloque limites e diga não quando for necessário, mas sempre acompanhado de uma explicação.
- Reserve um tempo para brincar com seu (sua) filho(a).
- Atividades esportivas e lutas (como judô e outras) ajudam a direcionar a energia para um objetivo mais socialmente aceito. Deixe que a criança participe da escolha da atividade, junto com você.
- Principalmente: dê amor, atenção e bons modelos. A criança precisa saber que vale a pena ser boa, que é muito importante pedir desculpas ou perdoar. Podemos mostrar tais valores através da nossa formação cristã, aliada aos conhecimentos proporcionados pela psicologia.
- Não se esqueça de trocar idéias com o pediatra da sua confiança. Há casos em que se faz necessária uma ajuda profissional (de um psicólogo ou de um psiquiatra).