Falando de Psicologia – (40) – A criança e a birra.

 

 

A criança e a birra

 

Todos nós já vimos crianças fazendo birra. Sendo assim, muitas dicas poderiam surgir, pois ficamos logo com vontade de ajudar a acabar com o choro (seja por compaixão com o sofrimento da criança, seja para restaurar o silêncio em torno de nós).

Vejamos alguns aspectos do comportamento das crianças que fazem birra.

Idade da criança. O choro irritado, muitas vezes com gritos e movimentos característicos (a criança esperneia, agita os braços e, quando já é maiorzinha, costuma jogar-se no chão) é algo que pode começar antes mesmo dela fazer um ano. Geralmente a birra desaparece por volta dos cinco ou seis anos.

Circunstâncias do momento da birra: cansaço, baixa resistência às frustrações, indisposição física, fome, sono, ciúme de um irmãozinho etc. Tais fatores contribuem para desencadear um episódio de birra, sobretudo se os pais adotam atitudes de extrema permissividade (ausência de limites) ou de extrema rigidez (dizem “não” com muita frequência e sem uma orientação que justifique suas proibições).

Características pessoais da criança: manipuladora, agressiva, rebelde ou oposicionista. Desde a fase de bebê uma criança pode aprender a manipular os adultos através do choro (seja para ganhar um colo, seja para receber um alimento). Dependendo do comportamento dos pais, o choro pode ser o mecanismo usado para alcançar satisfações diversas. Principalmente fora de casa, muitos pais acabam cedendo e o círculo vicioso se instala, tornando tudo mais difícil.

A birra é um comportamento que costuma aparecer em função de situações que ocorrem na atualidade: consumismo, o que leva as pessoas a experimentarem um forte desejo de comprar algo (e a criança aprende isso desde bem pequena); ausência dos pais (seja por uma grande demanda no trabalho, seja por se tratar de casos de pais separados) ou por outros motivos, mais sérios, que seriam indicativos de algum distúrbio emocional.

De uma forma objetiva, algumas sugestões são oportunas e valem como orientação:

  • Não ceda somente para acabar com o incômodo do episódio de birra. Se a criança não corre o risco de se machucar, deixe que ela acabe com o choro por ela mesma. Vai chegar um momento em que ela se cansa e para de chorar.
  • Não negocie com a criança, prometendo coisas para que ela pare de chorar.
  • Não tente conversar com a criança na hora da birra. Ela não vai conseguir ouvir, nem compreender seus argumentos. Deixe essa conversa para um momento de tranquilidade.
  • Em se tratando de criança que já tenha um bom nível de compreensão, mostre para ela que há outras maneiras de conseguir o que deseja. E que através da birra o que ela consegue é irritar os pais e afastá-los dela.
  • É desejável que pai e mãe estejam de acordo com os limites a serem estabelecidos. Isso dá mais segurança ao filho e o ajuda a obedecer mais prontamente.
  • Sempre explique à criança que é a birra que incomoda aos pais, e não a pessoa do filho. É indispensável que a criança se sinta amada e valorizada, pois do contrário a birra servirá, também, para expressar carência afetiva.

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