Arquivo | junho 2020

Saudade do que não foi, mas poderia ter sido…

Saudade do que não foi, mas poderia ter sido…

 

Hoje, dia 30 de junho de 2020, meu marido, Ruy Miranda, estaria completando 80 anos de idade.

Há quase 5 anos ele partiu para o reino de Deus , deixando uma saudade tão grande, que nenhuma palavra é suficiente para descrever…

Tínhamos muitos sonhos por realizar…

Dois tipos de herança que valorizo muito, o Ruy me deixou: a família que constituímos e nosso alto conceito na vida profissional, como psicoterapeutas.

Choro, sim, mas de saudade. Saudade de uma vida inteira junto de alguém com os mesmos valores que carrego comigo, mas com características pessoais quase antagônicas. Eu digo “quase”, porque nossas aparentes incongruências se complementavam de forma absolutamente satisfatória e surpreendente, ao mesmo tempo. Essa aparente dualidade nos atraiu durante décadas – mais precisamente – de 1959 a 2015 – ou seja, dos meus 14 anos até meus 70 anos…. E hoje, do alto dos meus bem vividos 75 anos, basta fechar os olhos e pensar no Ruy – imediatamente eu consigo acessar nossas melhores lembranças – da época de namoro, noivado e casamento…. Ao abrir os olhos, posso vê-lo através de nossos filhos e netos, seja nos traços físicos, seja em certas atitudes…..

E eu, romântica inveterada que sou, tento “congelar” tais momentos, como se eles não pudessem se ETERNIZAR na minha memória!!!

 

Falando de Psicologia – (37) – Em que época tem início a fantasia? (I)

  Características da fantasia considerada normal, na  infância.

A fantasia, de um modo geral, pode ser considerada um meio da criança se adaptar à realidade, pelo menos enquanto ainda é muito nova para julgar e criticar seus próprios atos e as ocorrências da vida. Através da imaginação, a criança se integra mais facilmente ao “mundo dos adultos”. 

 Em que época tem início a fantasia?

Para diversos autores, o aparecimento da fantasia coincide com a fase de aquisição da linguagem. Para outros, isso pode ocorrer até antes desse período, ou melhor, antes que a criança tenha atingido os doze meses.

É muito compreensível que se estabeleça uma relação entre a fantasia e a linguagem, em termos de idade. Ora, se a criança ainda não fala, só poderemos deduzir a existência da fantasia por outros comportamentos que ela manifeste. Como é aos dois anos que uma criança comum domina melhor a palavra, podemos dizer que a fantasia, propriamente dita, tem início entre os dezoito e os vinte e quatro meses. Além disso, há apenas indícios de que a criança faça uso do pensamento, acompanhado da imaginação (ou fantasia). É o caso, por exemplo, da criança que, ainda bem pequena, imita o que seus familiares fazem com mais frequência:   telefonar, pegar a chave para abrir uma porta, colocar os óculos  ou pegar a bolsa na hora de sair. Isso significa que uma criancinha de um ano de idade ( ou até menos), tenta executar movimentos que reproduzam, de forma bastante aproximada, os atos reais executados pelos adultos de sua convivência. E, se formos mais longe, podemos dizer que, na fantasia dessa criança, a simples repetição de alguns atos ou movimentos, adquire o valor de uma ação verdadeira. É como se a criança acreditasse que seus movimentos, ainda descoordenados,  fossem capazes de produzir o efeito obtido pelo adulto ao usar o telefone, por exemplo. Ou mais especificamente, o celular.

Resumindo, temos: os primeiros indícios da existência da fantasia na criança são os que se caracterizam pela imitação de comportamentos mais simples, os quais dizem respeito à sua vida diária.

Gostaria de lembrar outro exemplo que mostra a existência da fantasia, sem que a criança se utilize de palavras. É quando ela imita os cuidados que sua mãe lhe dispensa, tentando alimentar  ou fazer higiene em suas bonecas (ou bonecos), ou até mesmo nos animais de brinquedo.

Para a criança tudo isso tem um significado de realidade e é de grande importância no processo de aprendizagem.

 

Observação: no próximo artigo abordarei o tema fantasia nas diferentes etapas do desenvolvimento  da criança, do ponto de vista cronológico.

 

 

 

    

 

 

 

 

Falando de Psicologia – (36) – Fantasia na infância e na adolescência (Introdução).

Fantasia na infância e na adolescência

(Introdução)

      Abordarei um tema interessante e significativo, dentro do processo de  desenvolvimento humano. Trata-se da fantasia, uma forma de pensamento que é encontrada na grande maioria das crianças e adolescentes, sobretudo em determinadas épocas de sua vida.

Devido, justamente, à incidência com que ocorre, e às suas múltiplas formas de expressão, a fantasia é um tema rico e complexo.

Vou analisá-lo sob três  ângulos diferentes:

  1. Características da fantasia considerada normal, nas diferentes etapas de evolução da criança e do adolescente.
  2. Problemas psicológicos ligados à fantasia.
  3. Os diferentes significados dos “companheiros imaginários”.

Para analisar cada um desses itens em profundidade, vou subdividir o tema fantasia em vários artigos, para não ficar muito cansativo para o(a) leitor(a).

Aguarde, portanto!

 

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