Falando de Psicologia… (12) – O lado psicológico das festas infantis.

O lado psicológico das festas infantis

     Comemorar aniversário, sobretudo de crianças, é uma prática mundialmente difundida. No entanto, nem todas as festinhas alcançam o sucesso esperado por aqueles que as organizam. Apesar dos preparativos e da despesa quase sempre elevada, certas comemorações acabam por causar transtornos, os mais diversos. Inclusive para o aniversariante.

Vamos ver, em linhas gerais, o que costuma ocorrer nessas ocasiões e alguns elementos que merecem destaque, quando se trata de tornar mais alegre o aniversário de uma criança.

Muitos fatores podem prejudicar o encanto de uma festa. Desde os detalhes mais simples de sua organização, até aspectos mais profundos, ligados à personalidade da criança ou de seus pais. E isso independe do nível sócio-econômico de quem dá a festa.

Assim, encontramos casos em que a realização de uma festa infantil implica muito mais na satisfação de necessidades dos pais, que propriamente do aniversariante. Por exemplo: os pais desejam dar ao filho o que não tiveram na própria infância; ou os pais desejam impressionar os amigos (no caso de festas espetaculares); ou então, os pais pretendem retribuir a gentileza de outras pessoas, convidando-as; outros se utilizam de festas preparadas com exagero para satisfazer os caprichos do filho superprotegido (o que muitas vezes envolve gastos que comprometem o orçamento familiar). Então, o que poderia ser motivo de alegria e descontração, passa a representar fonte de tensão e angústia, podendo interferir, negativamente, no relacionamento familiar.

Antes de tudo, é preciso definir claramente os objetivos, dentro de um enfoque bem realista.

De um modo geral, são estes os elementos que merecem prioridade na hora de organizarmos uma festa infantil: deixar as crianças mais à vontade; proporcionar um ambiente agradável e homogêneo (quanto a interesses e características pessoais dos participantes); evitar desgastes desnecessários para o aniversariante e seus pais; proporcionar segurança às crianças (através da presença de um supervisor e da seleção por idade), e assim por diante.

E como podemos alcançar tais objetivos?

Através de um planejamento prévio, onde nossa principal preocupação seja o respeito pela criança e suas necessidades, sem perder de vista as nossas reais condições financeiras.

Vejamos alguns exemplos do que seria mais importante:

  • Idade do aniversariante e dos convidados. Na medida do possível, devem participar da festa apenas as crianças que tenham idade aproximada à do aniversariante, pois assim fica mais fácil um entendimento entre as mesmas. Além disso, as mães podem ficar mais tranqüilas, pois as condições físicas se equivalem. Isso sem falar na vantagem de haver semelhança na área de interesses e no amadurecimento.
  • Horário da festa. Quanto mais nova a criança, mais cedo deve ser comemorado o seu aniversário. Até os seis ou sete anos a festinha é mais saudável quando realizada à tarde, e não à noite. As crianças se sentem mais dispostas, podem brincar mais à vontade e ainda deixam os pais com a noite livre para descansar.
  • Grau de conhecimento entre as crianças. Na medida do possível, seria útil que os participantes de uma festinha já se conhecessem antes da realização da mesma. Isso evitaria dificuldades, tanto para os anfitriões, quanto para as crianças. Sobretudo para aquelas mais retraídas ou tímidas. Quando não se pode fazer tal seleção, é bom que evitemos colocar juntas as crianças com características muito diferentes (por exemplo: crianças muito agressivas e crianças que não sabem se defender).
  • Presença de um adulto para supervisionar e atender às necessidades das crianças. Essa medida poderia evitar a ocorrência de certos acidentes e brigas onde não haja igualdade de condições (físicas ou psicológicas). Além disso, uma pessoa assim poderia até mesmo orientar as brincadeiras de algumas crianças, ou verificar se todas estão se servindo como gostariam.

Certamente muitas outras sugestões poderiam caber aqui. Porém, o mais importante é canalizar todos os esforços para adequar a realização de uma festa aos sonhos infantis e às condições de seus pais; para que todos se sintam bem – antes, durante e depois da comemoração.

 

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