Falando de Psicologia (7) …Matemática e Tecnologia Digital.

Matemática x Tecnologia Digital 

Por que certas crianças e adolescentes têm tanta facilidade para navegar na internet e, ao mesmo tempo, sentem dificuldade para aprender Matemática?

Para responder a esta pergunta, é necessário tecer comentários sobre as duas situações.

As crianças, ainda muito novas, aprendem através da imitação das atitudes dos adultos que convivem com elas. Sendo assim, ao verem seus pais utilizando, com frequência, toda a tecnologia digital (celulares, tablets, computadores), ficam logo interessadas. E muitas crianças, ainda bebês, começam logo a deslizar o dedinho sobre a tela, para alegria dos familiares!

Podemos destacar alguns fatores que contribuem para o bom desempenho do indivíduo (na infância e/ou na adolescência), no que se refere à tecnologia digital. Por exemplo:

  • Curiosidade natural, sobretudo entre as crianças menores.
  • Aspectos lúdicos e atraentes dos conteúdos disponíveis para crianças e adolescentes (vídeos bem coloridos e animados, joguinhos desafiadores, filmes que agradam bastante, músicas bonitas etc).
  • Facilidade de aprendizado (através de um simples toque a criança começa a interagir praticamente sozinha).
  • A relação com a internet pode ser prioritariamente lúdica, para crianças, adolescentes e adultos. Isso faz com que o indivíduo – de qualquer faixa etária – volte ao que esteve fazendo antes (vendo um filminho, jogando, digitando mensagens ou textos e assim por diante). Em outras palavras, a tecnologia digital oferece uma forma prazerosa de aprender!
  • Através da tecnologia digital, é possível participar de jogos interativos, pesquisas escolares, ter interação com os colegas e muito mais! E, com tudo isso, o mundo virtual torna-se irresistível para crianças e adolescentes!

No aprendizado de qualquer assunto ou matéria, é muito importante que se possa encontrar um aspecto que atraia o interesse da pessoa envolvida. No caso de um estudante – e especificamente em se tratando de alunos de Matemática – alguns fatores também podem ser citados. Como por exemplo:

  • É desejável que se introduzam as noções de Matemática de uma forma lúdica.
  • Sabemos que muitas pessoas declaram sua aversão por Matemática e esse estereótipo pode influenciar, negativamente, crianças e adolescentes. Sendo assim, o papel dos pais costuma ser decisivo no que se refere ao interesse dos filhos pela Matemática.
  • Segundo meu neto mais velho – Gabriel, que tem 20 anos e é universitário de Engenharia Civil – não se pode encarar o estudo de Matemática como o estudo das outras matérias. Ou seja, é indispensável praticar bastante, pois só a teoria não basta! Quanto maior for o estudo através de inúmeros exercícios, maior será a chance de um bom aprendizado em Matemática! “É preciso entender bem os exercícios e fazer muitos outros, até fixar bem. Na prova, esse cuidado da repetição vai ajudar muito! Aprender e fazer n exercícios! Nas outras matérias é só entender! Para uma prova de Cálculo eu faço umas 40 páginas de exercícios! Entendendo bem os conteúdos e treinando bastante, a gente passa a gostar da matéria!” – afirma o Gabriel.
  • Os conteúdos de Matemática são interdependentes e, por isso mesmo, uma pessoa não pode aprender bem, pulando etapas.
  • O bom desempenho em Matemática implica em ter boa concentração. Portanto, o aluno precisa estar muito atento, sempre!
  • O papel do(a) professor(a) é de suma importância! Se ele(ela) souber conquistar os alunos através de uma boa didática e interesse genuíno pela capacitação da turma, certamente haverá mais possibilidade de êxito na sua árdua e fascinante tarefa de ensinar!

Em seus estudos de Neurociências e Matemática, Whyte e Bull (2008) demonstraram que as crianças e adolescentes que se interessam por videogames têm mais possibilidade de compreender melhor o universo dos números.

Para concluir, eu diria que os recursos de imagem, sons, grafismos, textos – atraem a atenção de crianças cada vez mais jovens e permitem, com facilidade de utilização, um aprendizado adaptado às diferentes capacidades, ritmos e estilos das crianças (e adolescentes). Tais recursos podem ser uma excelente ferramenta para o aprendizado dos conteúdos não só de Matemática, mas de quaisquer disciplinas de um currículo, seja ele escolar ou universitário!

E, finalmente, quero esclarecer que não cabem aqui, considerações ou análises sobre aspectos nocivos ou patológicos que por ventura estejam envolvidos no tema de hoje. Como psicoperapeuta, eu teria que dedicar um espaço muito maior para a abordagem de questões mais profundas. E um blog não se prestaria a isso!

 

 

4 ideias sobre “Falando de Psicologia (7) …Matemática e Tecnologia Digital.

  1. Obrigada!!!!Heloisa!!!!Adorei o artigo. Vc eeclareceu muito e acabou motivando muito tb o meu modo de como trasmitir. Vários colegas meus estão esperando para ler este seu artigo. Que realidade o depoimento do Gabriel. Parabéns!!!!!! Obrigada

    • Querida cunhada, tive um imenso prazer em atender ao seu pedido! Tenho grande admiração pela profissão de professor(a) e esse artigo é uma singela homenagem a todos que se dedicam a ensinar – para uma vida inteira!!! Beijos saudosos…

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