Estamos na época de Natal e observo o comportamento de algumas pessoas, que se mostram um tanto radicais. Existem as que se esquecem do principal sentido do Natal, que é o nascimento do Menino Jesus. E para completar, elas criticam aqueles que homenageiam o verdadeiro aniversariante.
Chegam a ponto de incutir, nos filhos, a ideia de que “Natal é para os tolos”! Sendo assim, privam até mesmo as crianças dos alimentos típicos desta época e abominam a fantasia infantil em relação à figura do Papai Noel. Para essas pessoas, a troca de presentes é algo apenas comercial, sem qualquer valor afetivo.
Existem outras que se mostram depressivas ou revoltadas, sem tentar, ao menos, uma aproximação com familiares ou amigos, para buscar uma inclusão num grupo mais alegre, que se reúna para uma confraternização.
Não podemos nos esquecer do quanto é enriquecedor e gratificante, compartilharmos boas emoções com as pessoas que amamos!!!
Em Belo Horizonte, todo dia 25 de dezembro, nos restaurantes populares, que atendem pessoas muito carentes, como moradores de rua, são servidas incontáveis refeições muito saborosas e especiais, para alegria de todos! Presentes são distribuídos para adultos e crianças, num clima de grande alegria e muito carinho. Mas o que mais me chama a atenção, é o reconhecimento e ausência de revolta, dessas pessoas que vivenciam as maiores privações, sejam de ordem material, afetiva, social e até mesmo moral.
Fico pensando que, no fundo, essas pessoas tão humildes, são mais felizes que aquelas que citei no início destas reflexões…
Outro tipo de extremismo que me chama a atenção, refere-se à interpretação do choro. Tanto em crianças como em adultos que choram, em algumas circunstâncias.
Toda mãe sabe que o choro de um bebê pode ter muitas conotações. Ou seja, a mãe atenta e sensível sabe identificar um choro por fome, por desconforto com uma fralda que precisa ser trocada, por dor ou porque seu bebê precisa, apenas, ganhar um colinho aconchegante.
Mas os “pessimistas de plantão”, rotulam logo como choro por birra, mesmo em se tratando de um bebê.
Com crianças maiores a coisa fica ainda pior: há pais que batem para o filho calar a boca, ou mandam a criança “engolir o choro”!
Já tive o desprazer de ouvir uma profissional da área de saúde falar, de forma bastante ríspida, com seu pequeno paciente, para ele engolir o choro!!!
No caso de adultos que choram com facilidade, muitas pessoas já classificam esse choro como sinal de depressão, mesmo que esses adultos sejam emotivos e chorem diante de situações específicas, tais como despedidas ou reencontros, assistir a um filme triste, presenciar cenas chocantes, participar de ocasiões especiais (casamento de um(a) filho(a), nascimento de um(a) neto(a), receber a notícia do sucesso num concurso, ver um ente querido sofrer com uma doença e falecer… e assim por diante).
Podemos chamar tais lágrimas de lágrimas benfazejas, pois há casos em que a repressão de sentimentos resulta em doenças!
Pessoalmente, sou a favor da livre expressão das emoções mais genuínas, não só por saber que isso é saudável, mas também por apreciar toda forma de autenticidade, desde que não prejudiquemos a quem quer que seja! Nossa sinceridade é benéfica para nós mesmos e para as pessoas que nos cercam…