Falando de Psicologia … (30) – Recado a certos pais.

 

Recado a certos pais

      Alguns pais se queixam da não participação do(a) parceiro(a) na educação dos filhos. De um modo geral, são as mães que reclamam da ausência do marido na rotina das crianças. A falta de tempo é o motivo mais alegado por eles, mas tenho observado que existem traços que se repetem na hora de construirmos o perfil destes pais (ou mães, em alguns casos).

Durante uma conversa – em clima de orientação psicológica – verifico que não se trata de falta de amor pelos filhos, ou de falta de compromisso com os mesmos. Algumas pessoas (pais ou mães) sentem grande dificuldade em expressar sentimentos, seja na hora de um diálogo, seja na hora de estabelecer um contato físico com os filhos. Para facilitar o entendimento, vou citar possíveis ocorrências que prejudicam o desenrolar de uma conversa. Por exemplo:

  • Não prestar atenção ao que o(a) filho(a) está falando.
  • Não ouvir “com o coração”. Ou seja, ouvir apenas com o lado racional, sem estar antenado ou sintonizado com os sentimentos e necessidades do(a) filho(a).
  • Adotar uma postura de autoritarismo na hora em que o filho se abre, perdendo uma boa oportunidade de se mostrar mais companheiro(a) do(a) filho(a).
  • Citar exemplos de sua própria infância, como se o(a) filho(a) tivesse que seguir seu modelo.
  • Ouvir com impaciência e de olho no relógio.
  • Aproveitar para “passar um sermão” no(a) filho(a).

Outro ponto comum refere-se à pouca disponibilidade para atender aos anseios do(a) filho(a):

  • Não comparecer aos jogos em que o(a) filho(a) compete, ou a recitais de música (piano, flauta, balé, canto etc).
  • Não levar o(a) filho(a) a festas ou reuniões de grupo promovidas pela escola.
  • Não comparecer às reuniões de pais marcadas pela escola do(a) filho(a).
  • Não ajudar o(a) filho(a) nos trabalhos escolares que demandam a participação dos pais.
  • Não levar o(a) filho(a) a algum tratamento de que necessite (odontológico, médico ou psicológico).

Isso é mais comum entre os filhos de pais separados. Quem fica com a guarda (geralmente a mãe) fica, também, com os deveres, enquanto o outro fica com os momentos de lazer. Também aqui podemos listar alguns traços que caracterizam tais adultos: excesso de envolvimento com o trabalho, tentativa de suprir as necessidades do filho através de dinheiro ou presentes, hábito de transferir para outras pessoas a “tarefa” de conviver com o(a) filho(a) etc. etc.

Diante do que foi exposto, creio que seja fácil fazer uma autoanálise e evitar tudo aquilo que possa prejudicar o bom relacionamento entre pais e filhos.

 

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