Arquivo | janeiro 2020

Falando de Psicologia – (35) – Portadores de deficiência: a aceitação e a família (II)

Portadores de deficiência: a aceitação e a família (II) 

     No artigo anterior tive oportunidade de conceituar aceitação e criança excepcional (ou portadora de necessidades especiais, ou então, portadora de deficiência). Hoje comentarei alguns aspectos da aceitação familiar.

Como se manifestam a aceitação e a não-aceitação de uma criança?

Uma família que esconde um filho portador de necessidades especiais, não o aceita. Da mesma forma, se a família que se envergonha desse filho, isso é sinal de que ela também não o aceita.

Esses são exemplos de não-aceitação ou rejeição. Mas, a família que deseja que o filho seja mantido em instituições e que ele passe pouco tempo em seu meio, também o está rejeitando. Quando os pais castigam um filho simplesmente porque urina na cama, ou o ridicularizam porque não sabe pronunciar bem as palavras, também estão dando mostras de que não o aceitam tal como ele é, com suas habilidades e com suas limitações. Quando os pais não sabem ouvir pacientemente o que o filho está tentando dizer, achando que ouvir uma criança que lhes dá trabalho é perda de tempo, é sinal de que eles não aceitam o papel de pais, no seu sentido mais elevado.

Qual a importância da aceitação, por parte dos pais, para o futuro de uma criança?

Um dos maiores avanços da Psicologia e da Psiquiatria nas últimas décadas, foi a demonstração da importância do cuidado que os pais dispensam aos filhos, nos primeiros anos de vida, para a sua saúde mental futura. Já se verificou que é essencial para a manutenção do equilíbrio emocional, que a criança experimente um contato caloroso, íntimo e contínuo com sua mãe, no qual tanto a criança como a mãe encontrem satisfação e bem estar. Quando uma criança não vivencia isso com sua mãe ou com outra pessoa que a substitua, dizemos que essa criança tem uma privação do carinho materno.

Existem vários estudos comprovando os efeitos dessa privação sobre a criança. Mostrou-se, entre outras coisas, que o desenvolvimento dessas crianças é quase sempre mais demorado – seja do ponto de vista físico, intelectual ou social – e que sintomas de doença física ou mental podem aparecer; quero dizer, a criança torna-se mais vulnerável às enfermidades, de uma maneira geral; rende aquém de suas possibilidades intelectuais; ajusta-se pouco aos outros.

Ao considerar tal afirmativa, nós precisamos nos lembrar de que muitas crianças já têm, desde o seu nascimento, alguma deficiência física ou mental. E a sensação de não serem aceitas integralmente pelos pais, impede essas crianças de renderem tudo de que seriam capazes. Por exemplo, uma criança que tenha um retardo moderado, tem condições de aprender diversas tarefas, podendo, inclusive, tornar-se uma pessoa útil e com uma certa autonomia. Mas, se ela não é aceita pela família, devido às suas dificuldades, é muito provável que ela não consiga assimilar muito daquilo que seu potencial permitiria.

Acredito que só o pai ou a mãe, que tenha um filho com necessidades especiais, seja capaz de compreender, na íntegra, o sofrimento de outro pai ou mãe nas mesmas condições. E, naturalmente, esse sofrimento pode levar a atitudes de rejeição do filho, muitas vezes sem que os pais percebam, pois isso é algo não conscientizado, de uma maneira geral.

Sei muito bem que não é dizendo aos pais que é preciso aceitar os filhos para o próprio bem deles, que essa aceitação ocorrerá. Sei que isso representa, muitas vezes, uma cicatriz profunda e dolorosa, merecendo de nós todo o respeito e consideração. Mas, eu gostaria de dizer a esses pais que existem muitas pessoas que podem e querem ajudá-los. São pessoas treinadas, cuja formação favorece o desenvolvimento das crianças portadoras de alguma deficiência. Além disso, poderão se tornar aliadas dos pais na promoção do bem estar e da felicidade de seus filhos. Em outras palavras, eles não estão sozinhos em sua missão, por mais desafiadora que ela possa parecer-lhes.

************************************************************************************

 

 

Falando de Psicologia … (34) – Portadores de deficiência: a aceitação e a família (I)

Portadores de deficiência: a aceitação e a família (I)

   Com o artigo de hoje quero expressar meu grande carinho por todas as pessoas portadoras de alguma deficiência. Vou focalizar a importância da aceitação da criança excepcional (ou especial), tomando como referência o ambiente familiar. Falarei, então, sobre o que é aceitação e o que significa criança excepcional.

Creio que seria melhor começar pela definição do que é uma criança excepcional. Existem dois conceitos para isso. Um deles, o conceito mais popular, considera excepcional apenas a criança com um retardo intelectual e físico. O outro, o conceito acadêmico, chama de excepcional toda criança que apresente qualquer perturbação – seja de ordem intelectual, física ou psicológica. Portanto, esse conceito é muito mais amplo e, dentro dele, o excepcional (termo alusivo a “exceção”) é tanto a criança com retardo mental, quanto aquela que possui uma inteligência muito acima da média. É também considerada excepcional toda criança que apresente algum impedimento físico ou sensorial – crianças paralíticas, crianças cegas, surdas, mudas etc. mesmo que sua inteligência seja normal. Da mesma forma, uma outra criança que apresente distúrbios de conduta, mas com a inteligência preservada, também é enquadrada no conceito de criança excepcional. Os distúrbios de conduta são bem variáveis. Assim, a criança enurética (que urina na cama após os seis anos, sem uma causa orgânica), criança muito agressiva, criança com sono agitado, com hábitos tais como: roer unha, chupar o dedo, são alguns exemplos que mostram o que seria distúrbio de conduta.

Agora vou passar ao outro tópico – o da aceitação da criança no seio da família. Devo esclarecer que toda vez que me referir ao excepcional, eu o estarei considerando dentro daquele sentido amplo, acadêmico.

Todos os pais desejam ter um filho livre de qualquer distúrbio. E, quando se vêem diante de uma criança com algum desses problemas que citei, isso é motivo de sofrimento para eles. E é muito compreensível esse sentimento. Muitas vezes a expectativa dos pais era tão grande em relação ao que seria seu (sua) filho(a), que eles simplesmente não se conformam quando se deparam com uma outra realidade. Podem surgir algumas atitudes que caracterizam uma não-aceitação da criança. Mas, o que é aceitação?

Aceitar uma pessoa é recebê-la integralmente. É ter consideração por ela, com as suas qualidades e limitações. Portanto, aceitar significa acolher alguém por inteiro.

O mais habitual entre as pessoas é aceitar uns e não aceitar outros. Às vezes, no mesmo grupo familiar, os pais revelam atitudes diferentes no contato com os filhos. Vamos imaginar uma família constituída pelo casal e dois filhos. Um deles é o que os pais sempre esperaram – responsável, obediente, educado, um ótimo aluno. O outro, com frequência, desobedece, é desordeiro, não vai bem na escola.

Este segundo menino do exemplo citado, de acordo com aquela definição acadêmica que vimos, seria considerado um menino excepcional. Da mesma forma, atitudes de não-aceitação ou rejeição podem ser encontradas numa família onde haja uma criança com retardo mental, com alguma deficiência de ordem física ou com algum distúrbio de comportamento. E essas crianças não são aceitas porque não correspondem às expectativas dos pais – de terem filhos sadios e ajustados em todos os sentidos.

A experiência de não ser aceita integralmente, sobretudo pelos pais, pode levar uma criança a não render tudo de que é capaz, acentuando ainda mais as suas dificuldades. Como esse assunto é muito amplo e complexo, voltarei a abordá-lo no próximo artigo, quando então comentarei as interfaces da aceitação familiar.

************************************************************************************

 

 

 

 

Mousse de nozes

 

                      Mousse de nozes                             

  • 300 g de nozes trituradas.
  • Algumas nozes inteiras (sem a casca) para decorar a mousse depois de desenformada. Reservar.
  • 2 latas de leite condensado.
  • 1 caixinha de creme de leite.
  • 5 claras.
  • 3 colheres (chá) rasas, de gelatina em pó incolor.
  • Meio copo de água para dissolver a gelatina.

Com antecedência, coloque as latas de leite condensado em uma panela de pressão com água que as cubra. Depois que a panela apitar, marque 30 minutos para cozinhar o leite condensado.

Desligue o fogo, escorra a água e deixe as latas esfriarem completamente, antes de abri-las.

Bata as claras em neve e reserve.

Bata os doces de leite condensado e acrescente as claras em neve e as nozes trituradas.

Hidrate a gelatina e leve ao micro-ondas por 20 a 30 segundos, para dissolver bem. Junte essa gelatina à mistura de nozes, claras e doce de leite condensado.

Bata um pouco para homogeneizar.

Unte uma forma com 30 cm de diâmetro e coloque a mousse para gelar.

Para o molho/calda que acompanha a mousse: 

  • Nozes picadas em pedaços médios (mais ou menos 100 g).
  • 1 lata de leite condensado.
  • 1 caixinha de creme de leite.
  • 1 copo (250 ml) de leite.
  • 1 colher (chá) de essência de baunilha.
  • 1 colher (sobremesa) de maisena dissolvida em meio copo de leite.

Misture tudo e leve ao fogo – mexendo sempre – até engrossar.

Gelar.

Escolha um prato bem bonito e desenforme a mousse quando estiver firme.

Decore com as nozes reservadas e sirva a calda ao lado, como acompanhamento. Tudo muito bem gelado!!!

Se a calda estiver muito consistente, adicione um pouco de leite para ralear um pouco.

__________________________________________________________________________________________

Nota: A receita da mousse de nozes faz parte do receituário de família da minha amiga Licinha Barreto, que gentilmente compartilhou comigo! Agradeço muitíssimo, querida amiga!

__________________________________________________________________________________________