Arquivo | dezembro 2019

Falando de Psicologia … (33) – Projetos afetivos para o Ano Novo.

Projetos afetivos para o Ano Novo

     Todo final de ano – bem como, o início de um novo ano – produzem, em muitos de nós, uma irresistível vontade de reavaliar umas tantas coisas, na vida… E nos relacionamentos acontece o mesmo. Sintetizando um assunto tão amplo, eu diria que há “regrinhas” (ou dicas) preciosas quando se busca um bom entendimento com alguém. Ressalto, logo de início, duas dicas inquestionáveis, quanto ao seu resultado. Sugiro que você:

Reserve tempo: para brincar, com leveza de sentimentos; para ler e escrever; para ouvir e ser ouvido; para rir (pois o riso é a “música da alma”); para chorar junto, se for o caso; para rezar, pois a oração é a melhor forma de nos conectarmos com Deus; para fazer uma boa autocrítica e tentar ser uma pessoa melhor – para si e para os outros; enfim, para amar e ser amado (a)…

Aquiete a mente para ouvir o coração (o próprio, e/ou o do outro…).

As duas recomendações valem para qualquer relacionamento:

  • Pais e filhos (de qualquer idade).
  • Filhos adultos e seus pais idosos.
  • Avós e netos.
  • Marido e mulher.
  • Amigos.
  • Irmãos, primos, sogros, genros, noras etc etc.
  • Professor e aluno.
  • Patrão e funcionário.
  • Homem e Deus.

Vale lembrar que “a ordem dos fatores não altera o produto” e que, de um modo geral, a “recíproca é verdadeira”…

Felizes relacionamentos em 2020 e em cada Ano Novo, para todos nós!!!

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Falando de Psicologia … (32) – Quando a criança é super cuidadosa

Quando a criança é super cuidadosa 

Não é raro encontrarmos crianças que são vistas pelos pais como “exemplares”, no que se refere ao asseio corporal e à conservação de seus objetos. Mesmo quando os pais encontram, na criança, traços de comportamento inadequado (medo, irritabilidade etc.) o fato de ser ela muito cuidadosa é visto como algo bastante positivo. Assim, se a criança mantém em absoluta ordem seus objetos escolares ou conserva suas roupas sempre impecáveis, muitos pais acham até que precisam incentivar tal comportamento.

Do ponto de vista psicológico, nem sempre podemos encarar as coisas dessa maneira. De um modo geral, a criança excessivamente cuidadosa é denominada criança obsessiva.

Vejamos alguns exemplos mais significativos do que seria uma criança obsessiva.

  • Criança que não admite a idéia de usar uma roupa com qualquer defeito, por menor que seja. Ou então, se molha um pouquinho a camisa, não concorda em esperar que seque – quer logo vestir outra.
  • Criança que é escrupulosa demais com tudo o que vai comer. Muitas vezes a criança “cisma” com determinado alimento (frango, por exemplo) e não o come de maneira alguma. Ou então, se encontra fragmentos de algo que ela não goste (cebola ou alho, por exemplo), para de comer na mesma hora. Outras vezes a criança resolve utilizar sempre o mesmo talher, ou o mesmo prato, criando o maior caso se a impedem de usá-los.
  • Criança que mantém seus objetos na mais perfeita ordem. Uma criança assim não admite que alguém mexa em suas coisas. Às vezes deixa de usar um determinado objeto (um brinquedo, ou um lápis, por exemplo), só para não ter de mudá-lo – seja com algum pequeno estrago, seja pelo gasto que advém do uso. Há casos em que a criança nem entra na escola se, ao chegar lá, notar que algum objeto está fora do lugar (dentro da mochila), ou se um determinado estojo ficou em casa.
  • Criança que tem um cuidado excessivo com o asseio corporal. Há crianças que não conseguem ficar com as mãos sujas, nem quando isso se faz necessário. Assim sendo, elas não participam de atividades que impliquem no uso de tintas, argila e outros materiais no gênero. Algumas têm verdadeira repulsa pelo contato com pessoas doentes. E o banho, então, passa a significar algo muito mais importante para elas. 

     Por que certas crianças são obsessivas?

De um modo geral, há duas razões principais para explicar tais atitudes. Ou a criança foi condicionada a isso pelos próprios pais, ou então é portadora de dificuldades emocionais que a levam a agir assim. Portanto, o convívio com pais muito exigentes quanto à ordem, à limpeza e à disciplina pode levar uma criança a se tornar supercuidadosa ou obsessiva.

Da mesma forma, isso pode ser uma decorrência de problemas emocionais. Assim, uma criança muito insegura poderia compensar essa insegurança através de um cuidado excessivo com seus pertences.

Mas, o que fazer, então, para ajudar uma criança obsessiva?

Em primeiro lugar, é preciso observar atentamente o comportamento geral da criança em questão. Ou seja, os pais devem observar alguns pontos muito importantes: se a criança tem se alimentado normalmente, se tem chorado com frequência, se tem dormido menos, se tem tido pesadelos com frequência, se está muito rebelde ou agressiva, se está arredia e tristonha, e assim por diante. Caso estejam presentes alguns desses elementos na conduta da criança, é indispensável que se procure um especialista, seja ele médico ou psicólogo.

De qualquer maneira, é recomendável que os pais façam o possível para tornar mais amena a vida de seus filhos, através de um dia a dia equilibrado e harmonioso.