Falando de Psicologia…(25) – Namorar ou “ficar”… eis a questão.

Namorar ou “ficar”, eis a questão

Os jovens falam muito em “ficar” com alguém. Mas, o que vem a ser isso? Por definição, “ficar” implica numa troca de carinhos por um período curto, sem compromisso de namoro.

O adolescente, ao “ficar”, exercita sua descoberta do prazer, da atração física, da sexualidade. E esse “ficar” está isento de vínculos ou de responsabilidades. Aliás, muitos jovens consideram o compromisso como um aprisionamento (referindo-se à dependência psicológica entre os parceiros e a falta de liberdade para vivenciar outras experiências). Pode-se pensar que houve uma perda da auto-estima, ou de valores morais. Mas, o que ocorreu foi uma transformação de valores. Assim, o jovem atual – usufruindo de uma liberdade muito maior – pode procurar seu par para namoro durante os momentos em que ele “fica” com alguém. Há adolescentes que atribuem ao beijo uma qualidade extra: comunicar sintonia entre os pares. A partir daí, pode surgir um namoro.  Em outras palavras, a atração pode ser vivida sem a sensação de um amor romântico (aquele que pede fidelidade, reciprocidade e compromisso, onde o relacionamento humano transcende o simples desejo sexual). O “ficar” caracteriza uma época em que os pais não mais controlam seus filhos e a facilidade de contato propicia novos conhecimentos.

  Namorar abrange um sentido de permanência, de mais consistência na relação, de maior envolvimento. Típico do namoro, o compromisso inclui respeito e amizade, além de atração física. No namoro, à medida que os contatos visuais, telefônicos e físicos se intensificam, a afetividade vai surgindo e transformando a qualidade da intimidade. Há uma interação no campo intelectual, permeado de compromisso um com o outro. Aparece um desejo de continuidade, o que remete ao futuro e ao passado dos pares. Nessa troca afetiva surge um sentimentalismo típico de um par romântico, onde o tempo de namoro é algo bastante valorizado. E entre dois jovens que “ficam”, nem sempre existe afeto aliado à atração física.

  Resumindo:

  • “ficar” corresponde a período breve, num relacionamento;
  • “ficar” não implica em compromisso;
  • “ficar” não implica em sentimentos duradouros;
  • “ficar” não implica em romantismo.

De qualquer maneira, cabe a nós, adultos, zelar pela boa formação dos nossos adolescentes, de tal forma que eles possam vivenciar suas experiências com discernimento e responsabilidade, sem perder a leveza de sua juventude.

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